Iniciação
Bem, hoje criei meu primeiro Blog e espero fazer desse espaço um local agradável a todos os visitantes e claro, também para mim.
O que pretendo com esse Blog... primeiramente esse espaço foi criado
para expor aqui um pouco do que aprendi com a melhor professora que
tive, a minha tia, que me ensinou muito sobre tudo, e principalmente,
sobre artesanato. E, dito isso, pretendo mostrar um pouco o meu trabalho
no decorrer dessas décadas dedicadas à arte.
Espero que aqueles que aqui vierem possam gostar do que for postado
neste blog, e também aprender com algumas pinturas que irei colocar
nesse espaço mais à frente.
Não sou formado em Belas Artes, nunca fiz curso de nada do tipo, aprendi
mesmo usando a curiosidade, observando, e especialmente, no início
contei com ajuda da minha amada tia, que me ensinou o "Bê a Bá" da
pintura.
Então desde já, espero não fazer feio com toda arte que será mostrada aqui.
Desde que comecei a me interessar pelas artes, passei por vários
trabalhos artesanais. Lembro-me de que quando eu era criança minha tia
fazia bonecos modelados de bolas de gude e Durepoxi®, certa vez ela fez
todos os personagens do sitio do pica pau amarelo!!
Mas acredito que a maior paixão de minha tia era mesmo a pintura, e foi
aí que com a idade entre 12 e 14 anos, comecei a observar mais
cuidadosamente minha tia e suas práticas na pintura...
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Maçã
Lembro
que quando comecei a frequentar a casa da minha tia, havia vários
trabalhos artísticos. Era possível encontrar estatuetas de gesso, assim
como vasos e jarros do mesmo material, e também feitos de cerâmicas, os
quais ela comprava para pintar utilizando diversas técnicas que variavam
do CRAQUELE...
Vasos de cerâmica Craquelê (encontrado na Internet) |
... até a pintura normal em gesso, com acabamento envernizado.
Mas ela não pintava apenas em cerâmicas e gessos, também em potes de
vidros, garrafas, copos... utilizando, nestes casos, a tinta vitral que
gerava um belo acabamento.
Explorando as coisas dela acabei encontrando uma dessas relíquias a qual
tem muito mais de 20 anos mas ainda conserva a pintura!
Pote de algodão pintado por minha tia, Joanita. |
Por muitos anos minha tia também pintou tecido, variava bastante que era
de pano de copa, até mesmo toalhas felpudas, passando por tecidos que
ela depois transformava em sacolas bem resistentes. E podia acabar o
tecido mas as cores e a tinta da pintura ainda permaneciam graças as
técnicas que ela utilizava para tornar a pintura duradoura.
Ela também possuía uma boa quantidade de tinta a óleo em bisnaga,
naquele tempo eu não sabia bem o que era, assim como era fácil encontrar
em seus pertences terebintina e outros compostos que são utilizados na
pintura à óleo.
A pintura em tecido era onde ela mais se destacava, começou pintando
pano de copa, passando por guardanapos, pano de centro de mesa, de
estante, capa de botijão de gás, pano felpudos para banheiro, toalhas, e
finalmente sacolas de tecidos.
Procurando encontrei mais algumas provas desses belos trabalhos que ela passou a me ensinar mais tarde:
Pintura em Tecido:
Pintura em Tecido:
cajus pintado em tecido (minha tia) |
pano felpudos com flores (minha tia) |
E também os bonecos de biscuit® e fico devendo os de bolinhas de gude com Durepoxi®
Pintura em Gesso, retocado anos mais tarde por mim. |
Nesse tempo eu ainda sofria de Asma, com isso era difícil que minha mãe
permitisse que eu chegasse perto dessas tintas, que em sua maioria eram
compostas de substâncias com cheiro mais forte e tendo como solvente o
Thinner®, Terebintina, Secantes de Cobalto... Ainda assim eu podia usar
as que eram para uso em tecido pela composição mais inodora.
De tanto insistir em querer pintar lá pelos meus 12 ou 14 anos minha tia
finalmente permitiu e me deu um trapo para que eu experimentasse
pintar. Não tive asma, não tive rinite, apenas o gosto bom de estar
aprendendo algo, de estar enfim entrando no mundo da pintura. Sabe
quando agente lê um livro bom, ou assiste um filme que prende a gente e
nos vemos ali naquele mundo fictício? Era essa a sensação.
A primeira pintura não foi grandes coisas não... se bem me recordo foi
uma maçã, em um pano de copa meio felpudo, e utilizando a técnica que
para mim até hoje considero a mais fácil, que é a de Stencil. (naquele
tempo chamávamos de molde vazado)
Saiu uma pintura sem vida, como dizia minha tia, uma pintura "chapada",
por não ter vida sabe? totalmente em uma única cor, sem efeitos, sem
sombra e nem iluminação. Ela então me deu dicas de sombreamento, como
por exemplo, uma maçã pintada toda em vermelho, então dá um sombreamento
com um pouco do marrom misturado ao vermelho fazendo a imagem ganhar um
pouco mais de vida...
Com o tempo fui percebendo mais essas informações e sua prática e então
já estava mais atento ao sombreamento e iluminação das pinturas.
Assim foi minha iniciação nas artes plásticas, o que vem em seguida?
Muitas novidades, inclusive como cheguei até a pintura em tela.Ilustração de molde Vazado - Stencil |
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Pedra, papel e tesoura.
O tempo passou e eu já dominava melhor a arte da pintura com molde
vazado, e com isso eu comecei a pegar toda e qualquer imagem que eu
gostava e transformar em molde para pintar. Assim passei a fazer pintura
em enxovais e outras coisas que não fosse apenas pano de copa, já
aperfeiçoando mais a pintura à mão livre, que era algo que eu não
gostava tanto pelo nível de dificuldade e o resultado final, mas com a
ajuda do tecido fino de Organdi, foi mais fácil a transição de técnicas.
Com isso também chegou a época das pinturas porcelanizadas.
Minha tia comprou uma revista que gostou e então fez o curso de pintura porcelanizada, mas não concluiu, era uma técnica difícil pra ela e pra mim. Olhando as pinturas feitas na revista fui tentando, tentando e tentando... do meu modo fui levando ao tecido essa nova técnica, minha tia gostou, e todas as pessoas que viam gostavam, mas sou do tipo de pessoa que está sempre em busca do aperfeiçoamento e do aprendizado, dificilmente fico satisfeito com o que já consigo fazer, bom, abaixo temos o resultado da pintura porcelanizada nas primeiras amostras.
Minha tia comprou uma revista que gostou e então fez o curso de pintura porcelanizada, mas não concluiu, era uma técnica difícil pra ela e pra mim. Olhando as pinturas feitas na revista fui tentando, tentando e tentando... do meu modo fui levando ao tecido essa nova técnica, minha tia gostou, e todas as pessoas que viam gostavam, mas sou do tipo de pessoa que está sempre em busca do aperfeiçoamento e do aprendizado, dificilmente fico satisfeito com o que já consigo fazer, bom, abaixo temos o resultado da pintura porcelanizada nas primeiras amostras.
Um misto de Stencil e Porcelanizada. |
Uma das primeiras, com erro de sombreamento de fundo. |
Rosas, um dos símbolos sempre presente na porcelanizada. |
Sombreamento, luminosidade das pétalas, folhas com efeitos... |
Com isso me distanciei do Stencil, ficando apenas com a pintura
porcelanizada, e era a qual me rendia mais encomendas e um pouco de
dinheiro. Nessa época apenas minha tia fazia, ainda e esporadicamente,
pintura com molde vazado.
Folheando uma revista de pintura porcelanizada, já no final tinha uma
propaganda com telas de paisagens, foi nesse momento que encontrei a
técnica que eu sempre quis. O que fiz foi combinar as técnicas que eu
havia aprendido até o momento, e por tudo em prática. Apesar de ser uma
propaganda pequena, ainda assim eu desenhei em um pedaço de Organdi, e
com tinta para tecido mesmo eu transportei para fora da revista uma nova
pintura. Ainda tenho a primeira tentativa:
A primeira. |
A segunda. |
A terceira. |
Mas acabei ficando mesmo na pintura porcelanizada, por bastante tempo.
Naquele época eu achava que pintura em tela só poderia ser feito com
tinta à óleo, que naquele tempo era bem mais cara, além do cheiro forte
que não me faria bem.
Passei um tempo sem pintar e então resolvi arriscar outros artesanatos,
comecei cartões em papel vegetal e a isso mesclei a pintura também,
dessa vez não com as mesmas tintas de tecido e sim apenas lápis de
cores.
Como era bem mais trabalhoso que a pintura acabei, então, com o passar
do tempo, abandonando... foram anos sem pinturas ou quaisquer
artesanatos.
Como Hobbie fui até o mundo do papercraft, achei tão legal quanto montar quebra cabeças.
Dois anos e pouco atrás então, resolvi arriscar na pintura em tela com
tinta acrílica, que é o tipo de técnica que pretendo utilizar e mostrar
aqui no Blog.
Próxima postagem pretendo trazer então o "final" da história e algumas
telas que pintei. Não sou um expert mas espero não fazer feio à vocês.
;)
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Transformação
Bem, parece que estamos chegando ao "fim" da história de como iniciei
nas artes plásticas, melhor dizendo, chegamos no início de onde todo o
conhecimento que minha tia passou me trouxe nos dias de hoje: A pintura
em tela.
Apesar de ter trabalhado ainda com minha tia utilizando o gesso, após um
longo tempo sem mexer com nada de artesanato, foi em 2013, mais
precisamente no mês de Agosto que voltei a pintar.
Mesmo afastado da prática de artesanato, eu estava sempre pesquisando,
olhando imagens, pinturas e a vontade de fazer pintura em tela sempre
voltava com a sugestão de uma melhora aos pensamentos que andaram
complicados nesse período pós pintura porcelanizada e cartões de papel
vegetal.
A pintura é algo que conduz a um estado interior melhor quando pintamos o
que gostamos, sem pressão, sem nenhum tipo de cobrança, é algo muito
relaxante. É como ouvir uma boa música, como ver o mar e sentir a brisa
sem pensar nos problemas... é assim, entendeu?
Para isso acontecer também depende de nosso estado, se a gente já
estiver com a cabeça transbordando de problemas fica difícil se
concentrar e adentrar nesse mundo. O que faço às vezes, não, às vezes
não, sempre? Coloco uma boa trilha sonora, anos 80, 90 (sem deixar de
lado as boas músicas da atualidade), e isso ajuda, acredite. Outros
artistas preferem o silêncio completo. Ficar isolado também me faz bem
quando estou pintando. Tudo isso vai se refletir nas telas. Dessa forma
passamos realmente o que está dentro de nós.
Pois bem, voltando à agosto de 2013, eu estava vivendo um ano mais
agradável após muitas turbulências, e foi quando minha tia chegou com
uma bela surpresa que foram as tintas acrílicas... quer dizer, não foi
beeem uma surpresa já que ela, por algumas vezes nesse mesmo mês, ter
falado em comprar as tintas, pediu lista de cores que, acreditem, são
tonalidades que você pode nem saber que existem.
Antes mesmo de chegarem as tintas me veio o pensamento de como eu iria pintar. Digo, no tempo da pintura em tecido era mais tranquilo: tecido esticado no isopor com auxilio de alfinetes, colocava no colo e pintava até quase ficar corcunda (não acho que fiquei corcunda com isso), e quando cansava utilizava a mesa dobrável de minha tia.
Mas eu notava que aqueles artistas que eu via em filmes, novelas, imagens diversas, utilizavam um cavalete de pintura... O que fiz? Bem, eu fui procurar em lojas de produtos de pintura o cavalete, e o valor do mais simples não era o que eu esperava. Para quem estava começando o preço era desanimador, mas o que eu tinha à minha disposição...?
Aqui em minha sala tinha uma estante velha sendo comida por brocas, aqueles cupins que deixam bolinhas de madeira no chão, sabe? Era uma estante velha que ia ser jogada no lixo, estante do meu falecido pai.
O que fiz foi apelar para o intelecto, para as experiências ainda vívidas na minha mente do tempo que trabalhei com meu pai e a força de vontade em criar algo a partir dessas tábuas e, se não conseguisse, não traria nenhum prejuízo afinal era uma estante velha que seria jogada fora mesmo.
Pois bem, não lembro bem se foram 3 ou 7 dias, mas o que fiz foi desmontar essa estante, jogar as tábuas que estavam piores fora (estavam totalmente ocas), pegar parafusos que tinha a disposição, encharcar a madeira que eu utilizaria com inseticida... Depois manusear a furadeira, cola de madeira, serrote e estava eu montando o meu cavalete de pintura. De pouco em pouco, a cada dia, eu estava montando e até que era legal fazer isso, legal ver a gente criando algo, que temos essa capacidade quando queremos e, o que é melhor, estava ficando bom... Medição estava ok, mas nível nunca foi meu forte, ficou quase 100% nivelado, e na pintura isso pode vir a ser importante.
Com ajuda de uma imagem que achei na internet de um cavalete de pintura,
eu estava montando o meu, e deduzindo como ficaria cada peça.
Terminada a montagem, mostrei a minha mãe, e quando minha tia viu se animou tanto que a fez logo querer comprar as tintas. Elas não acreditaram a primeira vista que eu montei o cavalete, mas não tinha como negar, elas viram meu esforço.
Montado, envernizado, estava feito meu cavalete de pintura.
Foram então que chegaram as tintas acrílicas e algumas telas médias
(40x30cm) e pequenas (20x30). Achei que era melhor eu começar com as
pequenas pois se saísse feio ou errado não teria muita perda de
material.
Era tudo novo, nova maneira de pintar, novos efeitos de pintura, só uma
coisa permanecia: luz e sombras. Se bem aplicadas transformavam em uma
tela branca as simples manchas de tinta em belas imagens.
O resultado veio na tentativa da primeira tela que pintei, pequena,
20x30, uma paisagem... mas isso veremos na próxima postagem: a primeira
tela com uma breve descrição da criação de cada uma delas.
Pena que não deu para ver como fazer o cavalete passo a passo... Mas se você diz que a gente pode fazer, eu acredito.
ResponderExcluirAh, não foi tão difícil não. Até procurei esquemas de montagem pela internet mas não encontrei nenhum, então peguei uma fotografia e fui olhando e montando ao meu jeito mesmo.
ResponderExcluirMais a frente pretendo mostrar mais sobre ele e o funcionamento.
Ele é muito útil na pintura em tela, mas acredito que pode ser substituído.
Já ví inclusive cavalete de pintura feito com canos PVC, aqueles canos marrons finos, sai bem barato mas a desvantagem é que não dá pra regular altura.
Parabens.
ResponderExcluirObrigado Gisele!
ExcluirSua explicação é sensacional qta calma muito bom mesmo. Obrigada
ResponderExcluirParabéns
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